Reencontros

Não foi nada planeado, como só assim poderia ser. Voltei-me e lá vinhas tu, como que voando por detrás de um prédio, com pressa, mas sem rumo. Assim de relance pareceu que não tinhas mudado nada, decidido no teu caminho sem te deter por ninguém, avançar primeiro e pensar depois, sempre.

Mas depois pensei na última vez em que nos tínhamos visto, há tanto tempo. Sim, a culpa foi minha que te larguei da mão, pensando no que farias quando nos separássemos, sem saber na realidade o que estava a fazer. E tu foste sem medo e eu chorei, ao perceber que não ias voltar para trás.

Por tudo isto, comecei a pensar que este não era um reencontro possível e tu deste-me razão, não paraste, nem me deste tempo para te tentar agarrar, tirar as dúvidas na minha cabeça. Dobraste a esquina ao sabor do vento e tudo ficou a parecer um sonho.

Um balão amarelo com um cordel, a dançar ao vento. Se calhar não me reconheceste, mas acredita que ainda vive em mim aquela criança.

3 pensamentos sobre “Reencontros

  1. Não sei se é do meu lado maternal tão intenso (mas que também inclui autoridade, não exactamente lamechice), mas este texto, raios, é muito tocante.

    Não chego a perceber a razão, somente as palavras, mas bastam.

Deixe uma resposta para Sérgio Mak Cancelar resposta