Probabilidades

O mundo é feito de probabilidades, sejam elas de vida, de morte ou daquela sobremesa que tanto cobiçavas ser uma desilusão, pois as expectativas que criaste são muito maiores que a qualidade dos seus ingredientes.

Uns desafiam-nas, outros jogam com elas, pondo tudo na mesa ou escondendo outro tanto debaixo dela. Muitas vezes elas existem sem sabermos que as temos a nosso favor, noutras vezes batem-nos à porta só para nos informarem que não nos são favoráveis.

Mas, acima de tudo, uma probabilidade é um número relativo e não uma realidade. Esqueçam o copo meio vazio ou meio cheio, é possível que haja a probabilidade do copo vos escorregar da mão na hora de beberem ou a probabilidade daquela água já não estar condições de ser bebida.

Sendo do contra, encaro sempre as probabilidades na sua lógica inversa – se três em cada quatro gajos passam o exame, vamos tentar saber em que condições é que o quarto normalmente se estampa. Se há uma probabilidade de 1 para 100 de um raio cair numa árvore do jardim em que estou, vamos olhar com respeitinho para aquela árvore que vamos escolher e transmitir-lhe a confiança da nossa escolha.

Quando finalmente o cenário passar de probabilidade a realidade, se ainda cá estivermos para contar a história, olhemos em volta e façamos as contas – se correr bem, é provável que digas ‘Eu bem te disse’, se correr mal é bem provável que te digam ‘Eu bem te avisei’.

Tens a certeza disso que dizes?