O valor da arte é de facto uma coisa muito subjectiva. Eis o valor sucessivo das vendas deste alegado Da Vinci descoberto recentemente:
60 dólares (1958) – Na altura pensava-se que teria sido pintado por um ajudante do Leonardo.
10.000 dólares (2005) – Ainda não era tido como um original, mas já levava trabalho de recuperação e era certo que vinha da oficina do mestre.
450 milhões de dólares e uns trocos (2017) – Quadro mais caro vendido em leilão, xinapá que é mesmo do Da Vinte (apesar de não haver consenso entre peritos).
A ‘piada’, para além das questões de autenticidade é que o quadro levou mais tinta e restauro em cima nos últimos anos do que a Lili Caneças quando sai à rua. Portanto, entre um Da Vinci medíocre e um óptimo restauro de um Da Vinci medíocre, a valorização apenas pelo nome do autor leva o comprador X a estes valores. Não interessa a estética, interessa a etiqueta e, em função de campanhas de comunicação e publicidade feitas a pensar na promoção do quadro, basicamente somos ‘forçados’ a adorar a perspectiva de um novo Leonardo, mesmo que pareça estar a anos luz da qualidade de outras obras suas.
A não ser que este quadro seja de Leonardo, a Tartaruga Ninja…
mas diz: isto tudo não te dá uma tremenda vontade de rir?
eu, que o adoro (esboços, esboços, esboço, sobre esboços), sinto ainda uma tremenda vontade de rir 🙂